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INTERVENÇÃO

"Quanto ao tratamento do autismo tem como objectivo principal tornar o indivíduo o mais independente possível em todas as áreas de actuação. Tendo em vista a multiplicidade dos profissionais envolvidos na elaboração de programas de diagnóstico e tratamento para indivíduos portadores do autismo, este trabalho visa encontrar subsídios teóricos e metodológicos para discutir como a questão do autismo infantil se constitui na nossa sociedade e analisar meios de intervenção existentes enfatizando a actuação do psicólogo.
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De facto, apesar de não existir cura para o autismo é possível reduzir algumas das limitações associadas a esta deficiência. A intervenção terapêutica pode ajudar a diminuir os comportamentos indesejados e a educação deve ensinar actividades que promovam maior independência da pessoa com autismo. Todavia, assim como o autismo não é identificado por um único sintoma ou comportamento, não há uma abordagem que seja eficiente por si só. A escolha da abordagem mais adequada deve ser ponderada em função da: perigosidade do tratamento, consequências para a criança e para a família, validade científica, procedimentos de avaliação, experiências anteriores, experiência dos terapeutas, tipo de actividades, motivação individual, ambiente, envolvimento familiar, custo, frequência e local do programa.
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A evolução do autista estará dependente de quatro diferentes vectores que se entrecruzam: identificação precoce da síndroma, severidade e tipo de problema, tipo de tratamentos, coordenação e relação entre meios de suporte. Só uma organização equilibrada destes factores no seu conjunto permitirá construir um melhor "ponto de apoio" para os diferentes níveis de intervenção: intervenção assistencial, intervenção educacional e intervenção psicológica.
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Estes três níveis oferecerão ao autista um leque de cuidados que parecem responder às suas solicitações mais importantes. A intervenção assistencial procura garantir o bem-estar físico de segurança, higiene e saúde, sendo o mais primário de todos os apoios e condição necessária para que se trate o autista com dignidade e respeito pelo ser humano. Por sua vez, a intervenção educacional pretende salientar conteúdos e objectivos essenciais à modificação comportamental, nos contextos relacionais escola-casa-família-sociedade. Quanto à intervenção psicológica, esta direcciona-se para os factores não observáveis directamente nos autistas, mas que potenciam e determinam o crescimento e organização estrutural bio-psico-emocional equilibrada e normal no ser humano .
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Embora a intervenção educacional seja fulcral na melhoria da vida dos autistas, alguns pais e profissionais acreditam que certas abordagens terapêuticas desempenham um papel importante no desenvolvimento das capacidades comunicativas e na redução dos sintomas comportamentais associados com o autismo. Estas terapias complementares podem incluir música, arte ou terapias com animais, podendo ser realizadas individualmente ou em grupo. O seu contributo situa-se ao nível da criação de oportunidades de comunicação, desenvolvendo a interacção social e proporcionando aquisições importantes. Estas abordagens podem facultar à criança autista formas positivas e seguras de desenvolverem relações em ambientes protegidos."
 
 
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(Santos, I. M.S.C. & Sousa, P.M.L.)
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